A história do chá, café, algodão e outras mercadorias tem sido usada recentemente para retratar a globalização e seus efeitos por todo o mundo desde o início da era moderna. Mercadorias glamorosas receberam mais atenção, como pedras preciosas e joias, móveis e têxteis, manuscritos, livros e obras de arte e instrumentos científicos e musicais, mas produtos mais modestos também são importantes para entender a diversidade das trocas económicas que ocorreram. As mercadorias, no entanto, têm mais impacto do que o aspecto económico e comercial, ou seja, possuem uma história social e cultural ligada aos seus produtores, intermediários e consumidores. As mercadorias também estão ligadas ao consumo e ao gosto, e muitas adquiriram aspectos simbólicos relacionados com o uso e posse, mas também com a proibição da sua utilização a determinados grupos, explicando o seu apelo a consumidores fora do local inicial de produção apesar de restrições sociais, religiosas e culturais existentes.
A Índia e a Europa tiveram uma relação complexa no que diz respeito à multiplicidade de mercadorias comercializadas entre si desde a Idade Clássica, com diferentes intermediários envolvidos na produção, comércio e distribuição, e com a evolução do gosto condicionando o consumo ao longo do tempo. São essas histórias cruzadas que queremos explorar abrangendo uma variedade de mercadorias, intermediários e consumidores ao longo do processo com todas as implicações económicas, sociais, culturais, religiosas e políticas.
7 Maio
10h00 | Sessão de Abertura
10h15 | Conferência inaugural (proferida em inglês)
‘Stones of consequence’: causes and consequences of the global diamond commodity chain in India and Europe | Karin Hofmeester (International Institute of Social History, Amesterdão – Países Baixos | University of Antwerp, Bélgica)
11h00 Coffee break
11h30-12h35 | Sessão da manhã
Uma joia de Vijayanagar na corte portuguesa – o arreio do rei D. Sebastião | Maria Augusta Lima Cruz (CHAM, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa, UAç)
Migração e trânsitos contemporâneos: a viagem do património entre a Índia e Portugal | Inês Lourenço (CRIA – ISCTE)
12h35-14h00 | Almoço
14h00-15h00 | 1.ª Sessão da tarde
A Índia no Paço Ducal de Vila Viçosa | Nuno Senos (Departamento de História de Arte, IHA, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa)
Provimentos e transacções artísticas no séc. XVIII. A actividade do procurador jesuíta Custódio Arnaut entre Goa e Lisboa | Maria João Pereira Coutinho (IHA– FCSH, Universidade NOVA de Lisboa / IN2PAST)
15h00-15h30 | Coffee break
15h30-16h30 | 2.ª Sessão da tarde:
Trazidos das partes da Índia: matrimônio e redes de sociabilidades de asiáticos escravizados e forros em Lisboa (século XVII) | Patrícia Souza de Faria (Departamento de História, Programa de Pós-graduação em História, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)
Micro-histórias para uma história mundializada: o caso do padre jesuíta José Pereira | Adma Muhama (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo)
8 Maio
10h30-11h05 | 1.ª Sessão da manhã:
Os judeus no comércio oriental em Marrocos durante o século XVI: a especiaria e o lacre | José Alberto Rodrigues da Silva Tavim (Centro de História, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa)
11h05-11h30 | Coffee break
11h30-12h35 | 2.ª Sessão da manhã:
Viagem do cravo-da-índia (Zyzygium aromaticum (L) Merr. & Perry) através dos textos europeus de Quinhentos | Teresa Nobre de Carvalho (CHAM, FCSH Universidade NOVA de Lisboa, UAç)
“Manday fazer afiam”, o ópio entre a Índia e Portugal na Idade Moderna | João Teles e Cunha (Centro de Estudos Clássicos, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa)
12h35-14h00 | Almoço
14h00-15h00 | 1.ª Sessão da tarde:
Têxteis indo-portugueses para além do Estado da Índia. Colchas na colecção do Museu Nacional de Arte Antiga | Ana Kol (Museu Nacional de Arte Antiga)
Os algodões indianos em Portugal. Uma história ainda por contar | Maria João Ferreira (Museu de São Roque; CHAM, FCSH Universidade NOVA de Lisboa, UAç)
15h00-15h30 – Coffee break
15h30-16h30 | 2.ª Sessão da tarde:
A Índia como ideia no inventário do dote de casamento e no quotidiano da Infanta D. Beatriz (1504–1538) em Saboia | Carla Alferes Pinto (CHAM, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa, UAç)
Objetos da Índia na Kunstkammer dos duques da Baviera | Marília dos Santos Lopes (Faculdade de Ciências Humanas, Universidade Católica Portuguesa)
16h45 | Sessão de encerramento
Programa sujeito a alterações
Organização | João Teles e Cunha e José Alberto Tavim,
Patrocinadores | Fundação Oriente
Imagens 1 | Alcatifa | Índia (Guzerate) | Séc. XVIII | Fundação Oriente/Museu do Oriente, Inv. FO/1089 | © Hugo Maertens || 2 | Cofre | Índia (Guzerate), século XVII | Fundação Oriente/Museu do Oriente, Inv. FO/1230 | © Hugo Maertens